sábado, 27 de setembro de 2008

A Codificação Simbólica: a Cabala

"(...) a Cabala encerra a codificação simbólica dos mistérios do universo com Deus no centro. A expressão Cabala deriva do verbo lecabel, ou receber. Estamos então perante um sistema de transmissão e de recepção, um método de interpretação, um instrumento para decifrar o mundo, a chave que permite aceder aos desígnios d'Aquele que não tem nome. (...) Os primeiros vestígios sistematizados da Cabala surgram no século I a. C., tendo este sistema conhecido, ao longo do tempo, um total de sete fases. A primeira foi a mais longa e prolongou-se até ao século X. Essa etapa inicial foi dominado pela meditação como meio para atingir o êxtase espiritual que permite aceder aos mistérios de Deus, e as obras cabalísticas deste período descrevem os planos superiores da existência. A segunda fase decorreu entre 1150 e 1250 na Alemanha, com a prática do ascetismo absoluto, em que o sábio renunciava às coisas mundanas e praticava em altruímo extremo. A etapa seguinte prolongou-se até ao início do século XIV e marcou o nascmento da Cabala profética, graças sobretudo ao trabalho de Abraham Abufalia. Foi aqui que desenvolveram os métodos de interpretação da natureza mística dos textos sagrados, com a introdução da combinação das letras hebraicas e dos nomes de Deus. A quarta fase decorreu durante todo o século IV e esteve na origem da mais importante obra mística do cabalismo, o Sefer HaZohar, ou Livro do Esplendor. (...) É uma vastaobra sobre a Criação e acompreensão oculta dos mistérios do universo de Deus. (...) A quinta fase também comecou na Península Ibérica, com a proibição do judaísmo em Espanha, em 1492, e em Portugal, em 1496. O seu maior intérprete foi Isaac Luria, o qual, num esforço para encontrar uma explicação mística para as perseguições, elaborou a teoria do exílio, aproxmando a Cabala do messianismo, na esperança da redenção colectiva. É por isso que a sexta fase, entre os séculos XVII e XVIII, foi marcada pelo psdeudomessianismo, que promoveu mutos enganos e abriu caminho à sétima e última etapa, a do hassidismo, proveniente da Europa oriental e que surgiu como uma reacção ao messiansmo. O movimento dssídico, encabeçado por Israel Baal Shem-Tov, permitiu popularizar a Cabala, tornando-a menos hermética e elitista e dexando que os seus conceitos ficassem acessíveis à compeensão comum.
(in O Codex 632, págs. 398-399)

"(...) a Cabala é um sistema aberto de interpretação. As cifras e os códigos tradicionais, quando quebrados, revelam um texto preciso. A Cabala, porém, não funciona assim, ela remete antes para duplos sentidos, para significados subliminares, para mensagens subtilmente ocultas."
(in O Codex 632, pág. 413)

Sem comentários: